
O anúncio foi feito em Brasília, ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que está em visita ao país. Como uma das contrapartidas, a França se comprometeu a adquirir dez aeronaves de transporte militar fabricadas pela brasileira Embraer.
Questionado sobre os detalhes do acordo, Lula disse que ainda precisava discutir "pormenores" com seus ministros. O negócio é estimado em US$ 4 bilhões.
Sarkozy também não deu detalhes e disse que essas negociações "levam meses" até se concretizarem em um acordo definitivo.
"Foi assim com os submarinos. O chefe de Estado toma uma decisão e, em seguida, os representantes de cada país levam meses para chegar a um acordo", disse o líder francês.
A princípio, a visita de Sarkozy ao Brasil envolvia apenas a formalização de um contrato para construção de cinco submarinos (incluindo um movido a energia nuclear) e 50 helicópteros em solo brasileiro, mas com tecnologia francesa, no valor de 8,6 bilhões de euros.
Licitação
O governo brasileiro não informou se a empresa sueca Saab e a americana Boeing estão fora da disputa. Ambas eram concorrentes da Dessault na licitação para a compra dos caças, batizada pelo governo de programa FX-2.
O chanceler Celso Amorim disse "não ter detalhes jurídicos". "Não sei se, do ponto de vista legal, a licitação está terminada", afirmou.
Segundo o ministro, a decisão de se iniciar uma negociação com a Dessault "não se aplica aos outros dois concorrentes".
Os preços e condições da compra serão definidos a partir de agora, durante as negociações com a empresa francesa.
Contrapartidas
O presidente Lula disse que representantes dos dois governos chegaram a a um acordo após conversarem até as duas da manhã. Nenhum dos ministros da cúpula militar quis dar entrevistas.
O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que os dois lados apresentaram "novos elementos" durante a reunião da madrugada, o que permitiu a decisão de começar a negociação.
Segundo Garcia, a venda de aviões brasileiros à França é apenas "parte" das contrapartidas oferecidas pelo país europeu.
Em entrevista à imprensa francesa, no domingo, o presidente Lula chegou a afirmar sua "preferência" pela França na licitação dos caças, por ter permitido a transferência de tecnologia ao Brasil.
Fonte: BBC
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