26 de mai. de 2011

Com petróleo caro, Gol devolve 6 aviões, demite 200 e cancela 900 novas vagas




RIO - Pressionada pelo avanço da cotação do petróleo - que significou um aumento de 21,4% nas despesas com combustíveis no primeiro trimestre, sobre o mesmo período de 2010 -, a Gol prepara uma série de medidas para enxugar custos e aumentar a eficiência. O vice-presidente Financeiro da companhia aérea, Leonardo Pereira, disse nesta quarta-feira ao GLOBO que a empresa está devolvendo seis aeronaves que consomem mais combustível, modelos 737-800 e 737-700, à fabricante americana Boeing. A Gol, que tem 115 aviões, também já começou a cortar pessoal e vai ampliar os contratos de hedge (proteção contra variação de preços) de petróleo, além de utilizar rotas mais rentáveis.

- Descontinuamos o fretamento de aviões extremamente caros para esse nível de preço de petróleo, os seis já estão fora de operação. Tratam-se de aeronaves que não são eficientes em termos de combustível, usadas para rotas no exterior de grande percurso - afirmou. - Também vamos ser muito mais cautelosos com nossa malha de voos. Estamos substituindo rotas menos rentáveis por outras que vêm dando mais resultados.

A empresa já demitiu cerca de 200 pessoas, sobretudo aeroviários (pessoal de terra) em São Paulo, e cancelou a abertura de 900 postos que deveriam surgir ao longo deste ano. As despesas com pessoal subiram 26,4% no trimestre frente ao mesmo período do ano passado. Segundo Pereira, a combinação de medidas de contenção de custos deve resultar em uma economia de US$ 150 milhões em 2011. Além do cenário internacional, pesa para a Gol o quadro macroeconômico brasileiro menos favorável, com as ações de restrição do crédito que devem frear o crescimento do país este ano e se refletem na aviação.

- Não é uma estratégia conservadora porque o Brasil está com outra realidade. Está muito bem, mas não há dúvida que, este ano, o Brasil não vai crescer tanto quanto no ano passado - afirmou Pereira.

A empresa decidiu manter a projeção do aumento da demanda doméstica entre 10% e 15%, o que foi mal recebido pelo mercado. As ações preferenciais da companhia caíram 4,15%, para R$ 20,99, uma das principais quedas do Ibovespa.

A Gol ainda ampliou sua proteção por meio de contratos no mercado futuro (o hedge) de petróleo, que correspondiam no primeiro trimestre a 23% do consumo da empresa e, para os próximos 12 meses, serão elevados para 38%. A projeção para o preço do barril do petróleo, que era de US$ 82 a US$ 93, subiu para US$ 100 a US$ 115. No primeiro trimestre, a companhia teve uma perda líquida de R$ 30,6 milhões nas operações designadas de hedge.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 31,964 milhões nos três primeiros meses de 2011, contra R$ 23,922 milhões no mesmo período do ano passado, segundo o padrão IFRS, determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O lucro líquido ajustado, que não reconhece algumas despesas contábeis, foi de R$ 110,5 milhões. O yield, indicador das tarifas pagas por quilômetro de voo, ficou em R$ 19,83, um recuo de 0,9% frente ao mesmo período de 2010.



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