7 de fev. de 2011

Jatos executivos ganham mercado

Cresce 50% a frota desses modelos de aviões em Londrina e Maringá. Setor permanece aquecido em 2011
Fotos: Celso Pacheco
Conforme o empresário e piloto, Mario Pozzobon, a tendência do mercado em Londrina é de crescimento
A aviação executiva não para de crescer no País. Antes sinônimo de ostentação, os jatos executivos tiveram sua fama transformada e hoje significam flexibilidade, ganho de tempo e privacidade. O reconhecimento das vantagens econômicas e competitivas de possuir um avião particular reflete em números consistentes. Ao contrário de outros países, esse segmento no Brasil passou incólume pela crise econômica em 2008 e cresceu 12% em 2009 - já o faturamento da aviação executiva global caiu de US$ 23 bilhões para US$ 17 bilhões. A expansão antige hangares por todo o Brasil, incluindo cidades de médio porte como Londrina e Maringá que viram a frota de aviões executivos quase dobrar nos últimos dois anos.

A expansão desse mercado pega carona nas várias deficiências que o sistema aéreo do País apresenta há um bom tempo e na falta de comodidade das empresas comercias para clientes de alto poder aquisitivo. ''A expectativa de crescimento para esse ano é de 6% a 8%, repetindo o feito de 2010. São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores consumidores desse produto, entretanto, no ano passado, Minas Gerais apareceu com elevada taxa e, caso mantenha esse crescimento, deverá ultrapassar o Rio de Janeiro em 2011'', disse Ricardo Nogueira, vice-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).

No âmbito regional o cenário não é diferente. Cada vez mais empresários e empresas vêm descobrindo os benefícios de ter sua própria aeronave. Londrina e Maringá, por exemplo, estão lotando hangares com vários modelos. De 2008 a 2010, o número de aviões executivos nas duas cidades dobrou. Quem já tinha, modernizou, e quem não era adepto e dispunha de muito dinheiro, aderiu.

''A tendência de crescimento é significativa para este ano. Temos mais três aeronaves para chegar nos próximos dias, de pessoas que ainda não tinham um avião'', comemora Mario Pozzobon, de Londrina, piloto há 26 anos e dono da American Táxi Aéreo, empresa que viu o número de aviões em seu hangar duplicar nos últimos 24 meses. No local ficam 18 aeronaves, que variam de R$ 1 milhão a R$ 8 milhões. ''São aviões de grandes empresários londrinenses, que podem ir e voltar a hora que quiser, sem depender de horários preestabelecidos, mudanças de destinos e tantos outros problemas enfrentados hoje pela avião comercial. É sem dúvida uma ferramenta de trabalho'', completa Pozzobon.

Maringá também contabiliza números significativos nesse segmento. A cidade dispõe de cinco hangares, que juntos abrigam 30 aviões. São modelos que variam de R$ 300 mil a R$ 12 milhões. Em breve mais cinco hangares serão abertos, em regime de urgência. ''O crescimento em dois anos chegou a 50% e esperamos números ainda mais otimistas daqui para frente'', informou Fernando Antonio Pires de Moraes, gerente de operações e segurança do aeroporto de Maringá. Entre os próximos hangares que serão abertos, um conta com um espaço de 2 mil metros.

Custo

Manter um avião executivo sai caro. Os custos envolvem, além das parcelas do leasing - a forma usual de compra - a manutenção e operação, que engloba despesas como combustível. Para encher o tanque de um jatinho PT-LNC modelo C-550 Citation, por exemplo, o proprietário tem que desembolsar algo em torno de R$ 6 mil. Depois vem o aluguel do hangar, que em Londrina custa de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês, dependendo do modelo do avião. Por fim o salário do piloto, que pode variar de R$ 8 mil a R$ 25 mil.
Fonte: Folha de Londrina - Elaine Souza
Reportagem Local

Nenhum comentário:

Postar um comentário