Nos últimos meses, assistimos uma avalanche de críticas contra o sistema aeroportuário brasileiro e de forma especial para as principais cidades-sedes. Alguns críticos são alarmistas e agem como profetas do apocalipse! Denunciam um quadro de colapso absoluto com a chegada da Copa 2014. O Galeão e Cumbica são apontados como um cenário do caos.
Colocar o problema do investimento aeroportuário na ordem do dia é salutar. Ele existe e deve ter as soluções priorizadas. Quando alguns destes críticos são questionados sobre a solução que deve ser adotada, a grande maioria se silencia. Ficam calados e não apontam medidas a serem tomadas. É preciso deixar claro que estamos todos no mesmo barco ou no mesmo aeroporto. Queremos que o resultado da Copa 2014 seja saudável para o Brasil e principalmente consolide a nossa imagem internacional no turismo mundial.
A questão aeroportuária é séria e precisamos compreender que o assunto não é levado em banho-maria como as críticas podem induzir. Existe um planejamento, que no caso de Cumbica e do Galeão é anterior ao próprio anuncio da conquista de 2014. No caso do Rio, ele esta sendo colocado em prática com um especial malabarismo: o de reformar um aeroporto em pleno funcionamento. As medidas que estão sendo adotadas na conclusão do Terminal 2 é um exemplo dessa recuperação.
Em Guarulhos, a construção do Terminal 3 depende muito mais de um festival de licenças ambientais. O projeto está pronto. Existem ainda as intervenções em Viracopos para que se transforme na terceira via para São Paulo.
Nas outras cidades-sedes é preciso contabilizar a necessidade de atender um fluxo pontual. Não somos uma nação milionária para investir em aeroportos que ficarão ociosos durante décadas, como foi o caso de Confins. Soluções emergenciais para uma demanda reprimida existem e custam menos do que obras faraônicas.
Como estamos todos no mesmo barco, ou no mesmo voo, o que precisamos é de um espírito de união. Que as críticas sejam construtivas e que venham acompanhadas de soluções e até mesmo do aprimoramento daquelas que são adotadas. O que não podemos é ficar no meio de um tiroteio e crucificar aqueles que têm a responsabilidade de apresentar os planos para que a Copa 2014 não seja realizada dentro de um quadro de colapso.
A Infraero está boa parte do tempo no foco desta artilharia para atender a interesses externos e “empreitariais”, que desejavam abocanhar as joias da coroa. Devemos apostar é na abertura do capital da Infraero, que é um dos raros casos do mundo de uma operadora aeroportuária com tantas unidades. As operações mais nobres compensam as deficitárias e a empresa segue com a sua responsabilidade republicana. Ela pode se transformar na nossa Petrobras dos aeroportos e com o capital aberto terá condições, inclusive, de ser ainda mais fiscalizada pelos acionistas.
Voltando às 12 cidades-sedes e seus aeroportos, fica no ar uma questão: alguém já se debruçou para analisar o planejamento e o cronograma de solução que a Infraero está desenvolvendo para 2014? Ele existe e está sendo trabalhado por um corpo técnico no qual a maior preocupação está exatamente na questão da acessibilidade aos terminais. Responsabilidade que está na mão de boa parte dos algozes. Imaginem o drama de ter um Galeão reformado e dependendo da fragilizada Linha Vermelha, ou ainda, Cumbica com os seus três terminais e com uma marginal Tietê congestionada?
Os problemas existem e o momento, apesar da difícil época eleitoral, tem que ser de diálogo e na busca coletiva de uma solução. O que está em jogo é a imagem do Brasil e é uma responsabilidade para todos os cidadãos brasileiros.
Fonte:Cláudio Magnavita (presidente da Abrajet - Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, membro do Conselho Nacional de Turismo e presidente da Aver Editora).
9 de abr. de 2010
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