Em um dos acordos previstos, as companhias aéreas dos países-membros da UE passam a ser designadas como comunitárias ou europeias, em vez de serem identificadas por suas nacionalidade como acontece hoje. Assim, uma companhia alemã, por exemplo, poderá solicitar rotas ao Brasil partindo da França ou da Espanha, o que na prática irá ampliar o número de voos entre os dois continentes.
Segundo a diretora-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, esse acordo deve entrar em vigor até o fim do ano já que é necessária documentação de todas as empresas aéreas dos 27 países-membros da UE.
Atualmente, há 198 voos semanais entre Brasil e Europa, que transportam mais de 20 milhões de pessoas. Essas rotas, porém, só ligam o Brasil a sete países. Outras 20 nações da UE não têm voo direto para cá. Portugal lidera o número de voos, com 58 por semana.
- Temos hoje um déficit (de voos) por parte o Brasil. A União Europeia se encontra praticamente no limite dos acordos bilaterais de rotas, e as empresas brasileiras têm que manter ocupadas as rotas correspondentes à essas concessões. Esse acordo vai estimular as empresas brasileiras a usarem as rotas concedidas pela Europa - disse Jobim.
O outro acordo, que começa a vigorar em 14 de julho, vai impulsionar as exportações de produtos aeronáuticos de fabricantes brasileiras para a Europa, pois as instituições reguladoras brasileira e europeia vão reconhecer os certificados de aeronavegabilidade, evitando burocracia. Para Solange Vieira, a expectativa é que as exportações da Embraer aumentem em 20%.
Copa 2014Jobim disse ainda que as obras previstas para ampliar a capacidade dos aeroportos brasileiros para a Copa do Mundo de 2014 estão sob controle e que os que dizem o contrário fazem "profecias catastrofistas".
- Ninguém gosta de ouvir profecias sobre o bem, todos gostam de ouvir profecias sobre o mal. As pessoas dificilmente se juntam para amar ou para gostar. O gosto e o amor são individuais, não são coletivos. Isso é uma característica típica desse setor - disse Jobim, ao ser perguntado sobre os gargalos nos aeroportos brasileiros e seu impacto sobre a Copa de 2014.
Nesta terça-feira, o jornal O Globo publicou reportagem que mostra que um estudo do próprio governo aponta gargalos em metade dos 16 aeroportos que serão usados na Copa . Segundo Jobim, as dificuldades existentes dizem respeito a certos limites da lei 8666, a lei de licitações, mas o cronograma está sob controle.
- Toda previsão de crescimento (de passageiros) está sobre controle. Fala-se muito da Copa, mas há que se lembrar que a Copa são apenas dois meses de um total de 12 meses no ano. Ela vai representar apenas 2% dos 10% de crescimento do ano - disse o ministro. - Nossa preocupação não é especificamente com a Copa do Mundo nem com as Olimpíadas. É com o aumento significativo da aviação civil no Brasil.
A garantia de profissionalização dos quadros da aviação civil foi um dos pontos indicados pelo ministro que estão sendo cumpridos. Ele citou ainda as estruturas metálicas que serão colocadas em alguns aeroportos para ampliar a capacidade os terminais, a exemplo do que vem sendo feito em Florianópolis.
- São soluções temporárias para aumentar o conforto (do passageiro).
Joim informou ainda que está estudando deixar a cargo da iniciativa privada a construção de aeroportos destinados a aviação geral, ou seja, táxis aéreos e executivos.
- Não se justifica fazer melhorias nos aerorportos visando à aviação geral. Há uma ideia de chamar as empresas privadas para que se construam aeroportos específicos para aviação geral - disse o ministro, sem dar detalhes sobre o projeto.
Publicada em 25/05/2010 às 13h32m
O Globo online
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